Suspeitas de corrupção recaem sobre ‘André Patrola’ há dez anos

Espanta o histórico das suspeitas de corrupção surgidas a partir dos contratos envolvendo a empreiteira de André Luiz dos Santos, dono da ALS, o conhecido André Patrola, um dos alvos da operação “Cascalhos de areia”, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (15) com instituições públicas.

Há década recaem sobre o empreiteiro suspeitas de corrupção, mas, ainda assim, ele vence licitações milionárias promovidas pelo governo estadual e prefeituras de MS, a com maior receita, por exemplo.

Mesmo sem singularizar a investida contra o empreiteiro, a chefia da operação que  juntou dezenas de integrantes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), ambos do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e ainda policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, divulgou, até agora, que a empresa estaria implicada em ilegalidades, como crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e ainda lavagem de dinheiro.

Contratos firmados entre a ALS para serviços de manutenção de vias sem asfalto da cidade, também aluguel de maquinários e a prefeitura de Campo Grande, num período de sete anos, teriam arrecadados às contas da empreiteira em torno de R$ 300 milhões. Os valores  seriam suspeitos.

Em 2020, três anos atrás, o delegado da Polícia Federal, o que conduziu a Lama Asfáltica, operação deflagrada em 2015, e que pôs na cadeia de empreiteiro, deputado estadual, empresário a ex-governador, conduziu um inquérito em que um dos alvos era André Patrola.

Aqui um trecho do inquérito, o que trata do empreiteiro como suspeito de lavagem dinheiro: “… [empreiteira] estaria envolvida em esquema de desvio de recursos públicos, inclusive federais, tendo em vista a grande quantidade de licitações vencidas, o suposto acelerado aumento patrimonial de seu proprietário e a suposta realização de altos saques em dinheiro junto a instituições financeiras”. O inquérito em questão virou processo que corre hoje na Justiça Federal.

Antes disso, André Patrola já havia vencido licitações promovidas pela prefeitura de Campo Grande desde 2012.

A ALS venceu concorrências também no interior, principalmente em Corumbá, desde a segunda metade dos anos de 2010. Por lá, o MP-MS abriu investigações por supostas irregularidades nas disputas licitatórias.

A empreiteira de Patrola arrecadou em torno de R$ 40 milhões num período de três anos, entre 2013 e 2016, da prefeitura de Corumbá com contratos de locação de maquinários para manutenção de ruas da cidade, sem pavimentação.

Ainda na cidade situada na região de fronteira de MS com a Bolívia, a empresa de André Patrola já foi tida como suspeita.

Tanto que o MP-MS instaurou inquérito contra ela por desconfiar que as concorrências as quais participava seriam “direcionadas”.

Em 2013, o MP-MS instaurou inquérito contra a empreiteira de André Patrola por improbidade administrativa.

À época, segundo a denúncia, a ALS venceu uma licitação realizada pela prefeitura de Rio Negro. Pela investigação, supostamente fraudulenta, o contrato com o município foi firmado em março de 2013 e o negócio homologado em abril daquele ano.

Ou seja, a empresa já recebia recursos antes mesmo de oficializar-se como a ganhadora do certame.

Até o fim da tarde de ontem (15), André Patrola não tinha se manifestado sobre a operação do MP-MS, a “Cascalhos de areia”.
Assim que o empreiteiro quiser comentar o episódio, a reportagem será atualizada.

 

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