Candidatos voltam a passar mal em testes físicos do concurso da PM
O pico do calor e baixa umidade do ar ainda estavam longe e já teve candidato a uma vaga na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul que teve de receber atendimento médico ao final da bateria de testes físicos por volta das 9 da manhã deste sábado no centro olímpico da Vila Nasser, em Campo Grande. Nas oito baterias, ao menos cinco candidatos tiveram de receber atendimento médico. O caso mais grave ocorreu por volta das 11:35, na oitava e última bateria, conforme mostram vídeos abaixo.
Mesmo com a morte de Arthur Matheus Martins Rosa, de 25 anos, que passou mal durante a corrida de 2,4 quilômetros na quarta-feira e faleceu na madrugada do dia seguinte, as provas do concurso da PM e dos Bombeiros foram mantidas na sexta-feira e hoje (5).
Arthur Matheus veio de Goiânia para fazer o concurso e a previsão é de que seu sepultamento aconteça neste sábadom em Goiás. Além dele, vários outros candidatos sofreram desmaios durante o Teste de Aptidão Física (TAF) e tiveram de receber atendimento médico.
A umidade do ar em Campo Grande ao longo da semana chegou a apenas 20% e no dia em que o jovem morreu, a temperatura atingiu 33 graus. Ele participava da corrida por volta das 13 horas, depois de aguardar por cerca de sete horas em um local praticamente sem sombra e sem alimentação.
Imagens que viralizaram nas redes sociais na quinta e sexta-feira mostram pelo menos três candidatos caindo ou desmaiando próximo da linha de chega na pista de chão batido o local onde ocorrem os testes.
Neste sábado, quando pelo menos 300 candidatos começaram a se aglomerar ainda durante a madrugada, o calor e a baixa umidade deixaram claro que influenciam diretamente no desempenho dos concorrentes.
O vencedor da terceira bateria, por volta das 09:30 horas, conseguiu concluir os 2,4 quilômetros em 9,33 minutos. O primeiro colocado na quinta bateria, que terminou por volta das 10:10, foi de 10 minutos e 46 segundos. Ou seja, mais de um minuto de diferença.
E, por conta das condições climáticas desfavoráveis, cerca de dez dos 45 concorrentes foram eliminados porque não conseguiram fazer as seis voltas na pista nos em 12 minutos exigidos. Nas baterias logo no começo da manhã, o número de eliminados era bem inferior.
A principal reclamação dos concorrentes é a escolha do período do ano para fazer o TAF, já que agosto é historicamente um dos meses com mais ventania, baixa umidade e quentes do ano em Campo Grande e todos os institutos de meteorologia recomendam que se tenha cuidado com os horários de atividades físicas nesta época do ano.
No vídeo abaixo, feito pelo repórter Alison Silva, o candidato insistiu em continuar por mais de um minuto, mas não resistiu e caiu por volta das 11:35, na última bateria de testes do dia.
Duas ambulâncias com socorristas ficam de prontidão no local e depois os testes barra e corrida, no período da tarde os concurseiros terão novo teste, desta vez terão de fazer abdominal, mas no Ginásio Dom Bosco, um local com sombra e acomodações mais adequadas.
Vencedor da terceira bateria, Wesley Alves, de 31 anos, estudante que veio a Campo Grande no começo da noite de sexta-feira procedente Ivinhema para fazer os testes, chegou ao centro olímpico por volta das 02:30 da madrugada e diz que já tinha muita gente na frente, tanto que só conseguiu competir na terceira bateria.
Acostumado a correr faz cerca de quatro anos, os 9,33 minutos que levou para concluir o percurso foram seu recorde, mas admite que aqueles que vão correr mais tarde serão prejudicados. Conforme a temperatura aumenta, o ritmo tende a cair, explicou,
Para ele, a morte de um dos concorrentes foi uma triste fatalidade, mas mesmo assim diz que a estrutura do espaço escolhido para os testes teria de ser muito melhor.
Neste sábado, pela primeira vez, vendedores de salgados tiveram acesso ao local dos testes e assim os competidores, que chegaram de madrugada, conseguem se alimentar e fazer os testes em condições físicas melhores.
No vídeo é possível ver seis pessoas prestando atendimento ao candidato que caiu próximo à linha de chegada. Seu estado de saúde melhorou em seguida e, a princípio, não precisou ser levado ao hospital.