Um lema que há quase 180 anos encanta: um por todos, todos por um
O romance assinado por Alexander Dumas em 1844, Os Três Mosqueteiros, foi sucesso imediato e quase 180 anos depois segue encantando gerações atrás de gerações.
Já adotando anacronismo naquela época, a aventura do livro reúne personagens verdadeiras mescladas com fictícias e inspiradas em pessoas reais, criando uma narrativa divertida, surpreendente e viciante.
O cinema e TV, naturalmente, amam a obra e já criaram inúmeras adaptações, algumas melhores do que outras. Em 2023, a superprodução francesa retoma o original e fez dois filmes luxuosos, modernos e irresistíveis para os fãs de Dumas. O primeiro, Os Três Mosqueteiros – D’Artagnan, está disponível no VOD.
A superprodução, a primeira francesa em mais de 60 anos, foi milionária, mas tem tido resposta nas bilheterias no país (internacionalmente, sem surpresa, a resposta foi menor) e tem a primeira parte centrada em D’Artagnan e a segunda em Milady, seguindo o modelo da adaptação mais popular da obra em Hollywood, nos anos 1970, dirigida por Richard Lester.
Nessa primeira parte da história, vemos o jovem D’Artagnan (François Civil) a caminho de Paris, desejando ser um dos mosqueteiros de elite do rei e esbarrando em o que parece diferentes ‘assaltos’ e ataques, mas que aos poucos vamos vendo ser algo mais amarrado.
Como reza a tradição, o jovem espadachim desastradamente se encontra com três mosqueteiros veteranos – Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris) – no que incita duelos com cada um, mas são interrompidos pelos soldados do cardeal Richelieu (Eric Ruf), formando uma união entre os quatro mais do que rivalidade. “Um por todos, todos por um”, é o lema dos mosqueteiros. Obviamente cantado no embate.
A partir daí, os quatro são dragados para um complô já em andamento, que é o plano de Richelieu de envolver a rainha Anne (Vicky Krieps) em uma falsa trama de traição contra o (fraco) Rei Louis XIII (Louis Garrel). Com a ajuda de Milady (Eva Green), ele atrai o admirador inglês da rainha, o duque de Buckingham (Jacob Fortune-Lloyd) e a meta é forçar uma nova guerra religiosa entre católicos e protestantes franceses.
A parte na qual criam a subtrama para enquadrar Athos em uma falsa acusação de assassinato, é nova, mas não atrapalha. Um filme divertido e que nos faz ansiar pela segunda parte, prevista para chegar aos cinemas em dezembro. E claro, um gatilho para buscar nas plataformas as outras versões, como a do O Homem da Máscara de Ferro, com Leonardo de Caprio. Aposto que vai rever!