Mulher é morta pelo marido e filho de 8 anos permanece ao lado do corpo por 24 horas

Gislaine Aparecida Martins, de 30 anos, foi morta a facadas pelo marido, na noite de domingo (10), na casa onde morava, localizada na rua C-2, Jardim Carisma, em Dourados, município localizado a 229 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela mídia local, a vítima foi encontrada morta na noite desta segunda-feira (11), com ferimentos na cabeça e pescoço.

Funerária retirando o corpo de Gislaine Aparecida, de 30 anos

O filho, de 8 anos, permaneceu ao lado do corpo da mãe por cerca de 24 horas. Ele achou que ela estava dormindo, mas, em certo momento, percebeu que havia algo de estranho e pediu ajuda de vizinhos. Os moradores acionaram a polícia.

O autor matou a esposa no domingo, saiu de casa e voltou só na noite desta segunda-feira (11), quando deu de cara com policiais militares no portão da residência.

NÚMEROS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 21 mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º de janeiro e 12 de setembro de 2023, em Mato Grosso do Sul.

Números indicam que 14.920 pessoas, entre homens e mulheres, foram vítimas de violência doméstica neste ano. Confira os gráficos:

A primeira vítima de feminicídio de 2023 foi Claudineia Brito da Silva, de 49 anos. Ela foi morta a facadas pelo marido, de 41 anos. O suspeito alegou que, em uma discussão, a vítima deu um tapa em seu rosto. Ele revidou e desferiu golpes de faca no pescoço dela. O crime ocorreu em 13 de janeiro, no bairro São Francisco, em Campo Grande.

O penúltimo feminicídio do ano ocorreu em 8 de setembro de 2023. Mikaela Oliveira Rodrigues, de 22 anos, foi morta a golpes de faca pelo padeiro Juliano Azevedo Cardoso, de 28 anos, em Anastácio, município localizado a 137 quilômetros de Campo Grande.

A delegada de Polícia Civil, Elaine Benicasa, deixa um recado para mulheres que são agredidas, mas não têm coragem de denunciar.

“As prisões que fazemos aqui, a reeducação do agressor, as politicas públicas, todas essas frentes concomitantes fazem com que a mulher se sinta muito mais segura para denunciar. Faz parte da nossa função levar as mulheres todos os benefícios que a lei Maria da Penha traz à ela. Com isso, ela se fortalece e vendo que existe todo esse arcabouço de proteção comparece a delegacia”, aconselhou a delegada em 2 de agosto de 2023.

QUASE LÍDER

Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro com maior taxa de feminicídios por 100 mil habitantes, no ano de 2022.

O Estado com maior taxa proporcional desse tipo de crime é Rondônia, com 3,1 casos por 100 mil habitantes. MS é o segundo da lista e Acre (2,6), o terceiro.

Entre os menos inseguros nesse aspecto estão Ceará (0,6), São Paulo (0,9) e Rio Grande do Norte (0,9). Veja a lista completa abaixo:

Taxa de feminicídios por 100 mil habitantes em 2022

  • Rondônia: 3,1
  • Mato Grosso do Sul: 2,9
  • Acre: 2,6
  • Mato Grosso: 2,6
  • Amapá: 2,2
  • Maranhão: 2,0
  • Rio Grande do Sul: 2
  • Alagoas: 1,9
  • Tocantins: 1,9
  • Espírito Santo: 1,7
  • Sergipe: 1,7
  • Minas Gerais: 1,6
  • Goiás: 1,6
  • Pernambuco: 1,5
  • Bahia: 1,5
  • Santa Catarina: 1,5
  • Piauí: 1,4
  • Rio de Janeiro: 1,3
  • Paraná: 1,3
  • Distrito Federal: 1,3
  • Paraíba: 1,3
  • Pará: 1,2
  • Amazonas: 1,1
  • Roraima: 1
  • Rio Grande do Norte: 0,9
  • São Paulo: 0,9
  • Ceará: 0,6

DENUNCIE!

Violência contra mulher deve ser denunciada em qualquer circunstância, seja agressão física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial.

Os números para denúncia são 180 (Atendimento à Mulher), 193 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Civil Metropolitana).

O sinal “X” da cor vermelha, escrita na mão, significa que a vítima quer alertar que sofre violência doméstica. Portanto, a população deve ficar atenta e acolhê-la.

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