Após aviso de Israel, ONU diz que pacientes não podem sair de hospitais

O Crescente Vermelho Palestino diz que ataques aéreos israelenses continuam na área do hospital. Além de feridos e doentes, cerca de 14 mil civis também estariam abrigados no hospital. “Centenas e centenas de pacientes” estão presos em hospitais no norte de Gaza, disse a agência da ONU para refugiados palestinos nesta segunda-feira (30).

Médicos afirmam que Israel disse para funcionários evacuarem o hospital Al-Quds na cidade de Gaza no domingo, mas que mover pacientes, muitos dos quais estão em terapia intensiva, é impossível. Israel vem bombardeando Gaza desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, que mataram 1.400 pessoas e levaram 230 pessoas como reféns.

Isso ocorre no momento em que os militares de Israel dizem estar expandindo sua ofensiva terrestre em Gaza.
Depois de mais uma noite de bombardeios intensos, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram nesta segunda-feira que atingiram 600 alvos do Hamas nas últimas 24 horas, contra 450 no dia anterior. “Durante os confrontos com terroristas na Faixa de Gaza, as tropas das FDI mataram dezenas de terroristas que se escondiam em edifícios e túneis e tentaram atacar as tropas”, disseram os militares de Israel.

O Ministério da Saúde em Gaza, administrado pelo Hamas, diz que mais de 8.000 pessoas foram mortas desde o início do bombardeio de Israel.

O diretor do principal hospital na Cidade de Gaza, Bassam Mourad, disse ter recebido vários avisos para evacuar o edifício, segundo a agência de notícias Reuters. Além de tratar doentes e pessoas feridas na guerra entre Israel e o Hamas, o hospital Al-Quds atualmente abriga entre 12 mil e 14 mil pessoas que foram obrigadas a sair de suas casas, segundo Mourad.

“O número muda todos os dias, além dos departamentos hospitalares e da unidade de terapia intensiva”, afirmou Mourad.

“O primeiro aviso foi através de um telefonema do Crescente Vermelho Palestino. O exército israelense ligou para a entidade para exigir a evacuação de todos os pacientes e trabalhadores, bem como daqueles que residem no hospital”, disse ele. “Mencionaram que esta área será uma zona militar, que haverá confrontos e a área será perigosa e que temos que evacuar rapidamente”.

O diretor do Crescente Vermelho, Marwan Jilani, disse à BBC News que havia bombardeamento intenso ao redor do hospital durante a tarde de domingo e que uma bomba havia caído “a metros de distância”, danificando janelas e obrigando as pessoas abrigadas naquela parte do edifício a irem para outra.

A evacuação de pacientes, incluindo bebês em incubadoras e pessoas na UTI, é praticamente impossível na atual situação, disse a entidade. A entidade afirmou ainda que os médicos e enfermeiros não deveriam ser colocados diante deste dilema entre “ter que deixar pacientes para trás ou arriscar suas vidas ficando no hospital”.

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