Decisão ‘lamentável’, dizem advogados de amigo de Vanessa, que esperam recurso do MP
Os advogados que representam um amigo da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada no dia 12 de fevereiro deste ano, demonstraram surpresa com a decisão do juiz Carlos Alberto Garcete, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
O magistrado aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS), tornando réu Caio César Nascimento Pereira, de 35 anos, pelo crime de feminicídio contra a jornalista, mas rejeitou a acusação de tentativa de homicídio contra o amigo de Vanessa, que estava presente no momento do ataque.
A defesa, composta pelos advogados Dr. Pablo Gusmão, Dr. Ítalo Gusmão e Dr. Willer Almeida, classificou a decisão como “perplexidade”. Eles afirmaram que o juiz não levou em consideração as provas coletadas durante o inquérito policial, como a reconstituição do crime, que, segundo a defesa, comprovam a tentativa de homicídio contra o amigo da vítima.
“Nós somos totalmente favoráveis que o Ministério Público recorra da decisão, porque na decisão o magistrado, ele praticamente não considera absolutamente nada do que foi produzido no inquérito policial”, disseram os advogados.
A defesa alega que o amigo de Vanessa só não foi morto por circunstâncias alheias à vontade de Caio César Nascimento Pereira, e que existem diversas situações que corroboram a tentativa de homicídio. Eles criticaram a rejeição.
O MPMS, que apresentou a denúncia de tentativa de homicídio, poderá recorrer da decisão do juiz por meio de recurso em sentido estrito. A defesa espera que o Ministério Público tome essa atitude e que a decisão seja revertida.
“Nós esperamos que o Ministério Público recorra, são situações gravíssimas que acreditamos que com o MP recorrendo, que seja revertida essa ‘lamentável’ decisão de rejeitar a tentativa de homicídio contra a testemunha”, afirmaram os advogados.