Dívida de R$ 30 milhões foi pivô da morte de Matheus, diz promotor

A dívida que provocou o atrito entre a família Name e o advogado Antônio Augusto Coelho era da ordem de R$ 30 milhões, conforme informações repassadas pelo promotor Douglas Oldegardo durante o júri em que estão sendo julgados os réus Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo pela morte de Matheus Xavier, de 20 anos, ocorrida em abril de 2019.

A informação sobre o valor contraria as declarações do próprio Jamil Name Filho em seu depoimento durante o júri na terça-feira, quando ele falou que a dívida era da ordem de R$ 3 milhões.

O promotor chegou ao valor com base nas informações repassadas pelo pecuarista Edivaldo Francisquineli, que acompanhou de perto as negociações da família Name com o advogado Antônio Augusto sobre a posse da fazenda Figueira, localizada em Jardim. Inicialmente, a fazenda pertencia à associação do reverendo Moon.

E por causa do desentendimento a respeito deste valor, o advogado teria sido jurado de morte durante um jantar na casa de Jamil Name, do qual também teriam participado o desembargador Joenildo Chaves, a ex-vereadorea Thereza Name (mãe de Jamilzinho) e o ex-deputado Gerson Domingos.

Mas ele deixou claro que Jamilzinho “saiu e voltou da sala de jantar. Não vi a arma, mas fiquei com medo que ele estivesse armado”. O promotor, por sua vez, afirmou que o desembargador não quis deixar claro que viu a arma porque tem medo da família Name.

O advogado Antônio Augusto, por sua vez, que também teve seu depoimento em vídeo exibido no júri, confirmou ter visto a arma nas mão de Jamilzinho e que os disparos só não aconteceram, segundo ele, porque a mãe Thereza Name se colocou entre os dois.

Depois deste fracassado jantar, conforme o desembargador Joenildo, o advogado foi às pressas para São Paulo e teve de ser internado porque sua diabetes disparou.

E, além de decretar a morte do advogado, Jamilzinho teria também chegado à conclusão de que Paulo Xavier, que chegou a passar noite de Natal com os Name, teria de ser morto, pois teria se associado ao advogado.

Paulo Xavier e o advogado são, segundo depoimento de Jamilzinho, donos de uma chácara de “altíssimo valor” próximo da UCDB, em Campo Grande.

ALMOÇO

A tese de acusação, de que a dívida de R$ 30 milhões relativa à posse da fazenda Figueira foi o pivô do mal sucedido atentado, será contestada à tarde pela defesa, que deve alegar que  Paulo Xavier seria ligado ao PCC e até ao megatraficante Sérgio Roberto de Carvalho, o “Escobar Brasileiro”.

A audiência foi interrompida um poco antes do meio dia para o almoço e a no período da tarde será a vez da defesa apresentar seus argumentos e depois a réplica e tréplica das duas partes.

No começo da manhã, o juiz Aluízio Pereira do Santos afirmou que por volta das 21 horas o julgamento estaria encerrado.

De acordo com o promotor Oldegardo, que já mais de uma década atua no tribunal do Júri, este já é o mais longo julgamento da história de Campo Grande. Julgamentos que se estenderam por dois dias já aconteceram, mas nunca se estendeu por três dias E a previsão inicial era de que durasse entre quatro ou cinco dias, conforme o juiz Aluízio Pereira.

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