Após longa espera, sai autozação para cirurgia cardíaca de bebê em SP

Quatro dias depois de vir a público para relatar seu drama, o funcionário público Mecias Souza Alves, de 56 anos, recebeu na tarde desta terça-feira (9) a notícia que esperava havia mais de três meses: a internação da filha foi finalmente agendada,  para o próximo dia 29, no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.

A internação vai acontecer cinco dias depois de a bebê completar seis meses, data que era considerada o prazo limite para que fosse submetida à cirurgia para implantação de uma segunda válvula no coração.

Ela nasceu com Síndrome de Down e tem cardiopatia congênita. “Se não fizer a cirurgia antes de completar seis meses, provavelmente vai morrer”, desabafou Messias na semana passada.  Agora, porém, recuperou o otimismo e diz que um pequeno atraso, da ordem de uma semana com relação a esse prazo, não deve fazer muita diferença.

Por ser de alto risco, o procedimento precisa ser feito em São Paulo, explica Mecias. Inicialmente, a médica da bebê havia indicado uma equipe cirúrgica do Hospital Hcor.  Porém, a Cassems, que é o plano de saúde dos servidores públicos estaduais, não autorizou o procedimento.

Inicialmente a família insistiu no Hcor, mas depois aceitou a troca. Mesmo assim, quase dois meses depois deste consentimento, a autorização não havia sido dada, conforme Mecias. O hospital vai cobrar R$ 75 mil pelo procedimento. Além disso, a Cassems banca também os custos da viagem da mãe.

Para tentar agilizar o processo, o pai desesperado e que já foi vereador em Coxim já havia recorrido a uma série de políticos, entre as quais o deputado Júnior Mochi, que é de Coxim, cidade onde mora; Gerson Claro, presidente da Assembleia Legislativa; e à prefeita de Campo Grande, que é da mesma igreja que Mecias frequenta.

Porém, o caso só ganhou agilidade após divulgação do drama no Correio do Estado, no último dia 5. Naquele dia, até o presidente da Cassems interrompeu momentaneamente as férias e ligou para Mecias pedindo que tivesse um pouco de paciência.

Para exemplificar a gravidade da situação da filha, Mecias cita o caso do cantor João Carreiro, que não suportou a cirurgia na válvula do coração e morreu no último dia 3 exatamente porque teria esperado demais para fazer o procedimento.
Além disso, de acordo com ele, somente na Santa Casa de Campo Grande morreram 11 crianças entre janeiro e outubro do ano passado em decorrência de problemas de cardiopatia congênita.

O problema de saúde da pequena Myllena Alves Pereira é uma das características de crianças que nascem com a Síndrome de Down. “Cerca de 80% das crianças com esse problema de saúde e que precisam dessa cirurgia têm a síndrome”, relata ele ao afirmar que a filha já começou a perder peso justamente porque o procedimento está demorando.

Ela está com 4,5 quilos, mas já havia chegado a cinco. “Isso é muito grave e por isso o meu desespero. Ela só continua viva graças a cinco medicamentos que toma diariamente”, afirmou  na semana passada.

Agora, porém, está mais tranquilo e acredita que logo após a internação, prevista para o dia 29, a cirurgia seja feita, uma vez que todos os exames já foram realizados e seguem válidos.
 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *