Após longa espera, sai autozação para cirurgia cardíaca de bebê em SP
A internação vai acontecer cinco dias depois de a bebê completar seis meses, data que era considerada o prazo limite para que fosse submetida à cirurgia para implantação de uma segunda válvula no coração.
Ela nasceu com Síndrome de Down e tem cardiopatia congênita. “Se não fizer a cirurgia antes de completar seis meses, provavelmente vai morrer”, desabafou Messias na semana passada. Agora, porém, recuperou o otimismo e diz que um pequeno atraso, da ordem de uma semana com relação a esse prazo, não deve fazer muita diferença.
Por ser de alto risco, o procedimento precisa ser feito em São Paulo, explica Mecias. Inicialmente, a médica da bebê havia indicado uma equipe cirúrgica do Hospital Hcor. Porém, a Cassems, que é o plano de saúde dos servidores públicos estaduais, não autorizou o procedimento.
Inicialmente a família insistiu no Hcor, mas depois aceitou a troca. Mesmo assim, quase dois meses depois deste consentimento, a autorização não havia sido dada, conforme Mecias. O hospital vai cobrar R$ 75 mil pelo procedimento. Além disso, a Cassems banca também os custos da viagem da mãe.
Para tentar agilizar o processo, o pai desesperado e que já foi vereador em Coxim já havia recorrido a uma série de políticos, entre as quais o deputado Júnior Mochi, que é de Coxim, cidade onde mora; Gerson Claro, presidente da Assembleia Legislativa; e à prefeita de Campo Grande, que é da mesma igreja que Mecias frequenta.
Porém, o caso só ganhou agilidade após divulgação do drama no Correio do Estado, no último dia 5. Naquele dia, até o presidente da Cassems interrompeu momentaneamente as férias e ligou para Mecias pedindo que tivesse um pouco de paciência.
Para exemplificar a gravidade da situação da filha, Mecias cita o caso do cantor João Carreiro, que não suportou a cirurgia na válvula do coração e morreu no último dia 3 exatamente porque teria esperado demais para fazer o procedimento.
Além disso, de acordo com ele, somente na Santa Casa de Campo Grande morreram 11 crianças entre janeiro e outubro do ano passado em decorrência de problemas de cardiopatia congênita.
O problema de saúde da pequena Myllena Alves Pereira é uma das características de crianças que nascem com a Síndrome de Down. “Cerca de 80% das crianças com esse problema de saúde e que precisam dessa cirurgia têm a síndrome”, relata ele ao afirmar que a filha já começou a perder peso justamente porque o procedimento está demorando.
Ela está com 4,5 quilos, mas já havia chegado a cinco. “Isso é muito grave e por isso o meu desespero. Ela só continua viva graças a cinco medicamentos que toma diariamente”, afirmou na semana passada.
Agora, porém, está mais tranquilo e acredita que logo após a internação, prevista para o dia 29, a cirurgia seja feita, uma vez que todos os exames já foram realizados e seguem válidos.